Quem É Mister Temer?
-Fora Temer Golpista-
Durante este um (1) ano de golpe no Brasil, venho observando o tratamento dispensado ao distinto golpista. Nunca vi, em nenhum lugar deste mundo, um golpista ser tratado com dignidade. Mas o que ocorre com Mister Temer é assombroso: toda a Imprensa Mundial é unânime em tratá-lo como golpista, mas a "impren$a" local busca elevá-lo aos mais altos patamares da dignidade diplomática dispensada apenas aos mandatários eleitos pelo voto de suas sociedades. Nesse engodo é possível notar o uso das expressões "presidente", "governo", "senhor", "representante" como se o indigno não passasse de um quadrilheiro de péssima categoria, mero membro de uma quadrilha que encabeçou o golpe contra o Brasil, que sequer possui "unidade política" para votar uma besteirinha pra catar umas moedas mensaleiras.
Por exemplo, desde o advento de sua noite de "Pirro", quantas solenidades ocorreram em todo o mundo onde seriam, naturalmente, reunidas todas as maiores personalidade do planeta? Quantas "reuniões de cúpula" aconteceram nas quais seriam exigidas a presença de todas as representações políticas máximas de todos os países? Quantas eleições presidenciais se deram e quantas posses de presidentes eleitos nas quais o Brasil esteve ausente por absoluta indiferença dos referidos eleitos?
Poderia continuar a questionar a representatividade politico-diplomática do Mister Temer, mas considero que as três perguntas acima são suficientes. Mas o que não dá para entender é a subserviência dos assim chamados setores "formadores de opinião": por que aceitam expressões impróprias ao golpista, tais como presidente, se ele não é; expressões como governo, se ele não é. Faz-se necessário entender que um mandatário é alguém eleito dentro das normas institucionais estabelecidas pelo país e não um verme inescrupuloso que nas sombras da noite arquiteta um plano macabro contra quem exerce de fato e de direito a condição de representante máximo, ou seja, quem foi escolhido. E o mais surpreendente nisso tudo é que nem as "forças revolucionárias" estão atentando para isso, (ou são coniventes?) e até as mesmas dirigem suas abordagem sobre o referido golpista como presidente, governo etc, dando-lhe o status de "Mandatário Digno". Com isso, conscientemente ou não, estão legitimando o golpe, estão conciliando, estão fazendo vistas grossas à institucionalidade rompida, estão se aliando ao golpismo. Com isso, do que adianta sair ruas a fora gritando "Fora Temer!", "abaixo a ditadura!", ou "diretas já!", ou "eleições gerais já!" se na prática estão reconhecendo o sujeito? É preciso que fique bem claro, há várias formas de legitimar-se uma exceção: a primeira delas é a indiferença, inclusive apoiando-se em discurso pseudoesquerdista de que o Governo Eleito era em si um golpe, um golpe arquitetado com uso de mídia, de tráfico de influências, do populismo lulista etc, mas esse tipo de abordagem interessa a quem? E qual é a abordagem que interessa aos trabalhadores, aos oprimidos? Outras vão rumo à crítica parlamentarista, e consideram que a atuação do PT privilegiava o cabide eleitoral, e que não dava para se comprometer com as bandeiras sociais em curso durante seus governos; como também há quem defendesse a total indiferença a tudo que acontecia dentro dos movimentos sociais envolvidos com o PT.
Não reconheço corrente política nenhuma da esquerda brasileira que esteja desenvolvendo uma análise efetivamente classista do golpe, até porque "ser oposição ao PT" não é tão difícil assim: pela direita, criticar a corrupção, que é pública e notória; pela esquerda, criticar a despolitização das lutas sociais, o clientelismo político, a assistência social "de pai para filho", como presente, tornando as pessoas assistidas como meras desvalidas trocáveis por um tostão furado... "Minha casa minha vida" como moeda de troca eleitoral, ao invés de mostrar ao cidadão atendido que ele vai gerar receita contribuindo para quitar a sua moradia, vai exercer a cidadania no que diz respeito ao direito a um teto, totalmente ao contrário do que reza a política capitalista quanto ao imóvel residencial.
Mas quanto ao Mister Temer, quem é ele? A que veio essa figura "pau-mandado" do narcocapitalismo encabeçar golpe contra quem mais deu lucro aos patrões nas últimas décadas?
O discurso raivoso anti-comunista não funcionou. As propostas de reformas contra os direitos sociais estão causando cismas. Sua armadura política está se desmoronando. Seu nome consta em todas as listas de corrompidos da Lavajato etc. Suas armadilhas para se defender estão se desmascarando. Ou vai matar mais um juiz? Isso resolve o problema de quem? Pela sua trajetória política, MT é um "cavaleiro das ordens superiores" e por isso, devidamente protegido contra acidentes de quaisquer ordens. Dificilmente, seu mandato será cassado, e muito mais dificilmente ainda seus direitos políticos sofrerão alguma avaria. Mas que devido ao seu desgaste nada há que lhe garanta a continuidade à frente do golpe, o que significa que ele poderá abrir espaço para outro assumir a sua tarefa. E quem é o "cavalheiro" talhado para assumir? Nessa "maconharia política" o poder é uma mercadoria de barganha e quem não tem, não faz trocas... Daí quem vai assumir o seu lugar é o cara que vem manobrando para ele assumir postos: Fernando Henrique Cardoso. Duvidam? Acessem http://micheltemer.com.br/
Outro aspecto importante no qual devemos centrar as nossas atenções é a legitimidade da pessoa Mister Temer: ele foi eleito numa chapa como vice, portanto faz parte do processo jurídico engendrado para cassar a chapa, que não é formada apenas por uma pessoa mas por duas - presidente e vice - e consequentemente é parte integrante da cassação, é parte do alvo e como tal foi junto com a parte excluída e não há instituto jurídico nenhum que explique a sua presença à frente do país de outra forma diferente da GOLPISTA, que não seja via golpe. Daí por que dar-lhe "status de mandatário"? Ele não possui legitimidade nenhuma para nada!
Aliás, ele e toda a camarilha que votou o impeachment possui alguma legitimidade? Qual? Todos estão legislando fora do mandato pois ninguém lá foi eleito para reformas institucionais, muito menos para mexer na constituição, mudar leis sem debate com a sociedade, ignorar capítulos inteiros da constituição de 1988, criar novas leis e promulgá-las sem nenhuma consideração com o encaminhamento constitucional - Comissão de Constituição e Justiça - se esquecendo de que não foram eleitos para isso, não tem autoridade constituinte, não podem alterar nada, inclusive por estarem em final de mandato. E se esquecem de que em 20 meses estaremos empossando um Presidente da República eleito pelo voto do povo, que não perderá a oportunidade de mandar todo esse "lixo político e jurídico feito pelos golpistas" para a lata com uma canetada só: revogo todas as decisões assinadas por Michel Temer durante o golpe! E pronto!
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